Com esse título,
o Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, promoveu a celebração
de uma santa Missa, na igreja da Santa Cruz, (a igreja de minha infância) no
último dia 2 de junho, em memória ao 30º dia de falecimento do jovem, vítima de
louco atentado de um leviano torcedor, que no final de uma partida de futebol
no Recife atingiu mortalmente com uma latrina o jovem, cuja família participou
consternada da celebração litúrgica. Estavam presentes, além do Sr. Arcebispo, quatro
bispos, grande número de fiéis, que lotaram o templo sagrado e os presidentes
dos três maiores times de futebol da capital pernambucana. O Sr. Arcebispo
explicou, no início da celebração eucarística, o sentido daquele ato de piedade
cristã, acentuando a prece que se fazia naquele momento para que reine a paz, e
nunca a violência, nas competições esportivas, sobretudo quando o país estava
às vésperas da realização em nossa pátria da Copa do Mundo.
Também a Pastoral
do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro realizara, no dia 19 de maio, no
próprio estádio do Maracanã, encontro interreligioso, iniciando a campanha
“Copa da Paz”. Participaram, juntamente com os católicos, outros representantes
do cristianismo evangélico, do judaísmo, islamismo, budismo, umbanda e
candomblé. Estavam presentes, além das
várias pastorais da Arquidiocese do Rio , também representantes de movimentos
sociais, como o “Viva Rio”, a Rede “Desarma Brasil”, e o presidente da
Federação Carioca das Torcidas Organizadas.
A Campanha “Copa
da Paz” – como informa o boletim arquidiocesano – faz parte do projeto “100
Dias de Paz”, no qual a Pastoral do Esporte busca grande mobilização da
sociedade carioca com o “Decore sua
rua”, a “Tenda da Paz” e uma conferência sobre um mundo sem armas, como
construção de um legado social deixado pela Copa do Mundo. Todo esse movimento
visa a cumprir o artigo 29 da Lei Geral da Copa, promulgada pela FIFA, “ com
divulgação de eventos de campanhas com
temas sociais”.
Todos concordam
que o futebol, como os outros esportes, quando trabalhados de maneira correta
são excelentes ferramentas de inclusão social e implantação de valores
positivos na sociedade.
As preocupações da Igreja do Brasil, nesta Copa,
além da violência nos estádios, a que nos referimos, são:
- os gastos
astronômicos que foram feitos na construção desses elefantes brancos, como as
suntuosas arenas de Manaus, Cuiabá e da própria capital federal, com seu “Mané
Garrincha”;
- a
exploração sexual por parte de turistas das ingênuas mocinhas de nossas
capitais;
- o tráfico humano para prostituição no exterior;
- a violência dos vândalos, infiltrados nas justas
e democráticas manifestações populares por
um país melhor e mais feliz.
E agora, a pergunta: “O que se pode esperar do
pós-Copa?” Responde o Prof. José Márcio Barros, da PUC-Minas: “O futebol vem se
transformando no mundo todo, e o Brasil não fica fora desse processo, em um
grande negócio, um grande espetáculo midiático. Cada vez mais admiração, cada
vez menos sociabilidade comunitária. Cada vez menos jogo, cada vez mais
aposta.” E acrescenta, em resposta à mesma pergunta, o Prof. Maurício Murad, da
mesma Universidade: “O que desejaríamos esperar do pós-Copa seria um legado
para a sociedade brasileira, sobretudo mais pobre, em termos de segurança,
transporte, saúde e educação. Infelizmente o que estamos vendo é que os
governos preferem viver e divulgar no discurso oficial o Brasil do
“faz-de-conta”, em vez de melhorar a realidade do país, ainda muito desigual e
injusta.”
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