terça-feira, 4 de julho de 2017

RESPEITO AOS LGBT

Dom Edvaldo G. Amaral (*)
           Para quem não recorda, esta sigla LGBT designa o grupo de pessoas Lésbicas,  Gays, Bissexuais e Transexuais.
Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica em seu nº 2357: “A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou preponderante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se revestiu de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada.” E mais adiante continua o Catecismo: “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais inatas.” E atenção a esta observação: “Não são eles que escolhem sua condição homossexual; para a maioria, pois, ela constitui uma provação.” E aqui o Catecismo faz importante observação prática para o comportamento do cristão diante desse fato inegável: “ Devem ser acolhidos com respeito e delicadeza. Evitar-se para com eles todo sinal de discriminação injusta. Essas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que possam encontrar por causa da sua condição.” E conclui o Catecismo: “As pessoas homossexuais são chamadas à castidade.
Em minha prática pastoral, sempre ensinei que ninguém tem culpa de ser homossexual. Mas, como eu pelo meu voto de castidade, estou comprometido a não exercer minha heterossexualidade, assim também o irmão homossexual não pode moralmente praticar atos homossexuais. Mas afinal a lei moral da castidade é para todos, de formas diferentes. O casado não pode realizar atos sexuais, a não ser com sua esposa, e na forma determinada pela natureza e não com aberrações anti-naturais e que humilham a parceira reduzindo-a a condições deprimentes de prostituta; o homem solteiro, o religioso com voto de castidade deve abster-se de qualquer ato contra a castidade. O  solteiro porque não tem esposa, o religioso porque jurou a Deus, na presença de duas testemunhas em nome da Igreja que guardaria perfeita castidade, seja em atos, como palavras e atitudes.
Assim se vê que a moral da Igreja é para todos e, quanto à castidade, conforme o gênero de vida abraçado: solteiro, casado, viúvo ou religioso com voto de castidade.
                                                                       (*) É arcebispo emérito de Maceió

                                                           Blog:domedvaldoamaral.blogspot.com.br

quinta-feira, 27 de abril de 2017

UM POLÍTICO SANTO

              Infelizmente, não é um político brasileiro dos nossos dias, políticos da lista do juiz Fachin ou implicados na Operação Lava-jato... Trata-se de Attilio Giordani, político italiano, atuando na Milão do imediato pós-guerra entre 1950 e 1963, como colaborador de Alcides De Gasperi,  chefe do governo  da Itália na época; e depois, como missionário no Brasil.
            Seu arcebispo era o Cardeal Montini. O futuro Papa Paulo VI, realizador do Concílio Vaticano II, iniciado por João XXIII,  definia a Milão da época como “terra de missão”.  E assim a entendeu Attilio, acolhendo o convite que lhe fazia seu arcebispo, de que os católicos milaneses usassem o estilo da fraternidade para com seus irmãos, católicos ou não.
            E foi assim que entre as tantas características excepcionais, que se notaram em Giordani, está a bondade para com todos, a acolhida dos jovens mais difíceis, trabalhando com os salesianos de Milão, no Oratório da capital da Lombardia, e depois no Brasil, como missionário leigo.
            Cooperador salesiano, a terceira família de Dom Bosco, depois dos Irmãos e das Filhas de Maria Auxiliadora, Attilio nasceu em Milão em 3 de fevereiro de 1912. Casou em 1944, com uma jovem de sua paróquia, também ela engajada no trabalho pastoral de leigos, em plena guerra mundial, num dos poucos momentos de possível tranquilidade. Não foi apenas a união de dois corações que se amavam, mas a comunhão de duas existências que condividiam entre elas ideais e idênticas metas de perfeição cristã. Nascem três filhos, para os quais Attilio é um pai sempre presente e afetuoso, em meio a tantas atividades políticas e religiosas.
Attilio é  educador nato no estilo de Dom Bosco. Acabado o conflito mundial de 1939-l945,  assume um emprego  na fábrica de pneus Pirelli, onde trabalha pela manhã, e à tarde, está com os jovens pobres do Oratório Salesiano de Milão.
Sempre alegre e otimista, dá a receita: “Quando te levantas pela manhã, começa teu dia assoviando uma alegre canção”. “Na vida, o que vale não é o que se diz, mas o que se faz. A verdadeira pregação é o viver.” “É preciso demonstrar com a vida aquilo, em que acreditamos”.
 Quando seus filhos, já adultos, vieram para o Brasil na chamada “Operação Mato Grosso”, dos salesianos cooperadores, poucos anos depois, já com 59 anos,  em vez de começar a gozar  merecida aposentadoria na política e na Pirelli,  ele com a esposa acompanha os filhos como missionários leigos. Explica ele: “Se queremos e devemos condividir a vocação dos nossos filhos,  devemos estar dispostos a segui-los nas provas,  para poder julgar com consciência  de causa o que eles estão fazendo.”
“A morte deve encontrar-nos vivos!” -  dizia ele com humor. No dia 18 de dezembro de 1972, em Campo Grande M.S., enquanto falava aos jovens da importância de se doar aos outros, improvisamente cai sobre os ombros do salesiano Pe. Hugo De Censi, fulminado por um enfarte. Tem apenas tempo para recomendar, com incrível lucidez, ao filho que o socorria: “Continue você!”
A Santa Sé reconheceu as virtudes heroicas de Attilio Giordani em 9 de outubro de 2013, já no pontificado do Papa Francisco, dando-lhe o título de “Venerável”, que é  caminho para a beatificação.
(*) É arcebispo emérito de Maceió.


domingo, 9 de abril de 2017

PÁSCOA PARA O BRASIL

              O Brasil está morrendo... Ex-Governador de importante Estado da Federação na cadeia. Ex-Presidente da República acusado de graves crimes. Senadores e deputados presos. Eleições colocadas em dúvida, quanto à sua lisura e validez. Ilustres parlamentares acusados de crimes de corrupção. Empresas de alto porte, com obras de construções públicas no Brasil e no exterior, com seus dirigentes na prisão, acusados de crimes de conchavos e ilicitudes. Operações policiais de alto nível prendem e processam altas figuras da República e da classe empresarial.
            Onde está o famoso livro de minha juventude “Porque me ufano do meu País” do Conde Afonso Celso? Nele, eram decantadas as muitas grandezas de nosso país, o maior de todos, em todas as coisas. Daí se originou a expressão de “ufanista”, para designar aqueles que apregoavam o Brasil como o possuidor de melhor clima, de melhor povo, da melhor e mais alta cultura, enfim, o melhor em todas as coisas...
            O Brasil de nossos antepassados está morrendo... E precisa ressuscitar. Precisa de uma Páscoa.  Precisa que seus filhos de hoje retomem a seriedade na condução da coisa pública. Precisa de administradores honestos e conscientes. Precisa de legisladores, preocupados unicamente com o bem da Pátria e menos com seus interesses e vantagens pessoais ou de seu grupo político.
            E quem poderá realizar essa ressurreição de nossa Pátria? Nós, o Povo. Nós, eleitores conscientes, preocupados também, não com as vantagens que ilusoriamente apregoam e se esperam de certos candidatos, com suas falsas promessas e vãs ilusões. Candidatos que, às vésperas das eleições prometem benefícios para o pequeno município, ou para o bairro de seus eleitores e, uma vez eleitos, esquecem tudo que prometeram ao ingênuo eleitorado e vai cuidar unicamente de seus interessa pessoais.
            Lembro aqui, dos tempos de minha mocidade,  de certo candidato da cidade do Recife, radialista, chamado “o locutor das vovozinhas”, que realizou a construção de um centro social no bairro de seu maior eleitorado, esperando êxito nas próximas eleições. Não sendo eleito e, recebendo poucos votos exatamente em seu presumido maior reduto eleitoral, no dia seguinte ao término da apuração, decepcionante para ele, foi lá e destruiu a golpes de picareta o que havia construído, esperando resultados eleitorais.
            Nós, os cristãos, peçamos ao Senhor da vida que, nesta Páscoa, dê vida nova também as instituições públicas de nossa Pátria, que devem estar a serviço do povo brasileiro...

FRATERNIDADE E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

        A Campanha da Fraternidade dos Bispos do Brasil, nesta Quaresma, vem lembrar a todos os cristãos que é ser fraterno respeitar o meio ambiente e preservar aquilo que os técnicos chamam de biomas. O tema está assim apresentado: “Fraternidade, biomas brasileiros e defesa da vida.” O lema é: “Cultivar e guardar a criação.”
No Brasil há seis biomas, cada vez mais destruídos pela ação do homem, chamado civilizado. São eles: a mata atlântica, a caatinga, o cerrado, os pampas, o pantanal e a mata amazônica. Cada um numa área específica: a mata atlântica em todo o litoral, a caatinga no interior do Nordeste, o cerrado no centro do país, onde está nossa Capital, o pampa no Sul, o pantanal na região do Mato Grosso e a mata amazônica na Amazônia.
A urbanização e a expansão das atividades agropecuárias têm provocado um impacto destruidor sobre os biomas brasileiros, cada vez mais expressivo, iniciado com a colonização. O litoral do nosso Nordeste estava todo ele localizado na mata atlântica e o interior, na caatinga.
O gerente do Jardim Botânico do Recife declarou na imprensa que esta parceria com a Igreja é muito importante. Explicou ele: “Traz outras pessoas para a realidade da conservação de nossa natureza. Aqui, no Jardim Botânico, fauna e flora estão em um ambiente controlado, muito bem conservadas, mas precisamos das pessoas, porque só se conserva o que se conhece e se ama.” Este exemplo do Jardim Botânico do Recife é modelo e estímulo, a que outros Estados  façam o mesmo.
O Papa Francisco, em sua tradicional mensagem ao povo brasileiro por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade no início da Quaresma, afirmou que deve haver relação respeitosa com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos. E acrescentou: “Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque a degradação do ambiente é sempre acompanhada pelas injustiças sociais. O desafio global pela preservação, pelo qual passa hoje toda a humanidade, exige o envolvimento de cada pessoa com a comunidade. Os povos originários de cada bioma, ou que tradicionalmente neles vivem, oferecem exemplo claro de como a convivência com a criação deve ser respeitosa.”
O presidente da CNBB, Cardeal Sérgio da Rocha, deu exemplos práticos de como cada cristão, espontaneamente, pode realizar mudanças em seu padrão de consumo caseiro, como o cuidado com a água, de beber e de uso higiênico, e com o lixo doméstico.

Tudo isso faz parte da caminhada quaresmal da Campanha da Fraternidade.

O ULTIMO TESTAMENTO


        É esse o título do recente livro de Peter Seewald, contendo a entrevista, que ele chama de última, com a maior figura da Igreja neste século, o  Papa emérito Bento XVI.
            A capa, com a imagem  serena do Papa santo e sábio, reproduz as palavras do Papa Francisco sobre ele: “Antes de ser grandíssimo teólogo e mestre da fé, Bento XVI é um homem que realmente crê e reza; um homem que personifica a santidade: um homem de paz, um homem de Deus.” Disse ainda o papa atual, citado por Seewald: “ Bento XVI é grande pela força e perspicácia de sua inteligência, grande por sua relevante contribuição para a teologia, grande por seu amor à Igreja e às pessoas, grande por suas virtudes e sua religiosidade. Seu espírito se manifestará de geração em geração, cada vez maior e mais poderoso.”
            Diz ainda o autor citado: “A obra do Papa Bento em três volumes sobre Jesus Cristo torna seu pontificado único. Bento XVI criou com isso parâmetros, um vade mecum  imprescindível para a teologia, a catequese e a formação sacerdotal futuras. Em poucas palavras, o fundamento da doutrina da fé para o terceiro milênio. Não sobre a cátedra universitária, mas sobre a cátedra de Pedro, ela pode fechar este círculo. E nenhum outro tinha a mesma formação, biografia, força e inspiração para purificar com escrúpulo científico e realismo místico a imagem de Jesus, desfigurada até o ponto de tornar-se irreconhecível,  e assim torná-la outra vez acessível à humanidade.”
            Assim explica Sewald a finalidade de seu livro: “Que este livro seja uma pequena contribuição para corrigir imagens falsas, trazer luz à escuridão, especialmente as circunstâncias de sua renúncia, que deixou o mundo desconcertado.   O objetivo é compreender melhor o homem Joseph Ratzinger e o pastor Bento XVI, conhecer sua santidade e, acima de tudo, manter aberto o acesso à sua obra, que guarda um tesouro para o  futuro.”
Sobre sua renúncia, explica o Papa Bento nesta entrevista: “Cheguei à decisão no verão de 2012 (na Europa agosto-outubro). Aquela viagem ao México e a Cube havia exigido muito de mim e o médico me proibira de atravessar outra vez o Atlântico. A Jornada Mundial da Juventude devia acontecer no Rio de Janeiro em 2013, e assim ficou claro para mim que deveria renunciar, a tempo de o novo Papa se preparar para o Rio.” Sobre seu sucessor,  diz o Papa Bento: “É alguém que fica muito perto das pessoas. Talvez eu não tenha estado bastante entre as pessoas. Depois reconheço a coragem com que ele aborda os problemas e busca as soluções.”
Com extraordinária humildade e santa concepção de si próprio, declara o Papa emérito sobre seus pontos fracos: “Talvez a falta de talento para uma condução de governo clara e objetiva para as decisões que surgem delas. Neste sentido, sou mais professor, alguém que reflete e se preocupa com as questões intelectuais. O governo prático não é para mim. Prestei meus serviços durante oito anos. Foi muito difícil aquela época, mas em geral também foi um tempo, no qual muitas pessoas reencontraram a fé e houve também um movimento positivo.”

É assim o grande e humilde Papa, que iluminou com sua fé e sua sabedoria  teológica este nosso conturbado século 21.

quinta-feira, 23 de março de 2017

ESTUPRO versus ABORTO

         Praticar o aborto contra o feto, nascido da violência do estupro, serviria para purificar a mulher, violentada pelo estupro,  da consequência do crime hediondo cometido contra ela? Seria o mesmo que cometer um horrendo delito – tirar a vida do inocente – para compensar  outro abominável, que é a violência cometida contra a mulher.
         A edição 211 do folheto “ABORTO – faça alguma coisa pela vida”, editado pela organização PRÓ-VIDA, da diocese de Anápolis-Goiás, sob a direção do Pe. Luiz Carlos Lodi – um incansável defensor dos direitos da vida humana – traz oportunas e preciosas considerações sobre a questão “estupro versus  aborto”.
         Transcrevo com prazer: “Há quem pense que se uma gravidez resultou de um estupro, o aborto seria a forma de ‘desestuprar’ a mulher. Convém lembrar, a quem sustenta tal opinião, que a vida da criança por nascer permanece inviolável, apesar da violência por quem seria seu pai, sofrida por sua mãe. Em qualquer caso, ainda que o bebê em um primeiro momento, parecesse repugnante aos olhos da mãe, nada justificaria sua morte. Em meu trabalho pró-vida,  já conheci muitas vítimas de estupro, que engravidaram e deram à luz. Elas são unânimes em afirmar que estariam morrendo de remorsos se tivessem abortado. A convivência com a criança não perpetua a lembrança do estupro sofrido, mas serve de doce remédio para a violência sofrida.”
         Continuam as preciosas observações do Pe. Lodi: “E mais: se no futuro a mulher se casa e tem outros filhos, o filho do estupro costuma ser o preferido. Tal fato tem explicação simples: as mães se apegam de modo especial aos filhos que, ao nascer, lhe deram maior trabalho. Se, ao contrário, a gestante cometer  aborto, a marca do estupro, longe de se apagar, ficará cristalizada. Em vez de ter, diante de si, o rosto sorridente de uma criança para lhe servir de remédio pela violência, que lhe foi infligida, terá dentro de si a voz da consciência, acusando-a de ter matado um filho inocente. Nenhuma vítima de estupro merece tal castigo.” 
E Pe. Luiz Carlos, para encerrar, cita o depoimento de uma jovem, Maria Luciene, violentada em 1995: “No início, quando você percebe que está grávida, fica com muita raiva. Mas depois que a criança nasce, você nem se lembra mais do que aconteceu.”

A violência contra a vida do inocente não se justifica pela violência do criminoso estuprador...

segunda-feira, 13 de março de 2017

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Deve haver relação respeitosa com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos nativos. Esse é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque a degradação do ambiente é sempre acompanhada pelas injustiças sociais. O desafio global pela preservação, pelo qual passa hoje toda a humanidade, exige o envolvimento de cada pessoa com a comunidade. Os povos originários de cada bioma, ou que tradicionalmente neles vivem, oferecem exemplo claro de como a convivência com a criação é possível e deve ser respeitosa” -  afirmou Papa Francisco em sua mensagem à Igreja do Brasil, por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade no início desta Quaresma.
            O tema da Campanha foi assim apresentado pela Conferência dos bispos do Brasil: “Fraternidade, biomas brasileiros e defesa da vida”, com o lema: “Cultivar e guardar a criação.” Este tema foi surpreendentemente tratado, com extensão e profundidade, já na encíclica papal “Laudato sì”, de 24 de maio de 2015, com abundantes referências aos ensinamentos do Papa S. João Paulo II e do episcopado mundial.
            São seis os biomas brasileiros, cada vez mais destruídos pela ação predatória do homem: a mata atlântica, em todo o litoral, a caatinga no interior do Nordeste, o cerrado no centro do país, onde está Brasília, o pampa no Sul, o pantanal na região do Mato Grosso e a mata amazônica sobretudo no Amazonas e Pará. É a urbanização e a expansão das atividades agropecuárias, que têm provocado esse impacto destruidor sobre os biomas brasileiros, cada vez mais expressivo, iniciado com a colonização.
            “Cada cristão – é sugestão do Cardeal de Brasília e presidente da CNNB, Dom Sérgio da Rocha - pode viver essa Campanha da Fraternidade com simplicidade, em seu ambiente familiar, mediante ações de preservação ambiental como, por exemplo,  o cuidado com a água, seja a de beber, seja a de uso doméstico, o cuidado com o lixo doméstico, a preservação de seu quintal e seu jardim” – já raros nesses tempos de edifícios de apartamentos...
            Já os dois apóstolos populares do Nordeste, Pe. Cícero Romão Batista e Pe. Ibiapina davam conselhos preciosos de preservação ambiental  ao povo nordestino. Dizia o nosso querido Pe. Cícero do Juazeiro, entre outros conselhos: ”Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau; não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não o arraste e não se perca sua riqueza; plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra planta qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.”

            Sábios conselhos da experiência pastoral com o nosso povo nordestino...