sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O POVO VAI ÀS URNAS

            No pleno exercício de seu direito democrático, o povo brasileiro, neste domingo 2, foi às urnas para escolher seus dirigentes em nível municipal.
            Não é verdade o que escreveu o alemão Fr. von Schiller em seu Demetrius: “Os votos deviam ser pesados e não contados.” O voto do pobre, do não-letrado, vale tanto quanto o voto do doutor, do rico e do poderoso. Assim é, ou deve ser a democracia. Com fina ironia, escreveu Chesterton em 1931 no New York Times: “Democracia significa governo dos sem-educação, enquanto que aristocracia significa governo dos mal-educados.”                            
            É pelo voto, popular e livre, que o povo exerce seu direito de escolha de seus dirigentes. No caso desta semana, o povo  escolheu aqueles que mais de perto devem trabalhar pelas necessidades imediatas de seu município, o que podemos resumir em segurança, saúde, educação e mobilidade, que ó transporte público.
            O voto devia olhar não a propaganda que foi feita, tantas vezes enganosa, mas a real qualidade dos candidatos e, sobretudo, se já exerceram alguma função pública, como é que se comportaram nela. Com frequência nesse nosso Brasil, nós vemos péssimos governantes e corruptos legisladores serem reeleitos inúmeras vezes e se perpetuarem no poder, sempre enganando o povo com promessas falaciosas.
            As eleições são a grande oportunidade, de que o povo dispõe, para  mudar a situação social e política, nesse caso, em seu município. É o interesse e o bem-estar de sua família que estão em jogo. São os seus direitos à saúde pública, à educação de qualidade, à segurança eficiente e à mobilidade digna e segura, que o eleitor consciente deve exercer com coragem, livre e independente da propaganda política, tantas vezes enganosa.

            Como cristãos, pedimos que a Rainha do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, proteja e abençoe os eleitos para felicidade e bem-estar de todo o nosso povo, sobretudo os pobres e humildes, que não têm força nem amparo para fazer respeitar seus direitos.

NATAL SALESIANO

           Com o sugestivo mote “Salesiano – história traduzida em excelência”, a Obra Salesiana de Natal comemorou em grande estilo, no último dia 20 de setembro, os 80 anos da presença salesiana em terra potiguar.
         Foi nessa data em 1936, que os primeiros salesianos, Padre José Bezerra e o irmão coadjutor Paulo Gasco, chegaram à capital do Rio Grande do Norte, a bordo do navio “Pedro II”, para receberem a generosa doação da residência – com seus belos jardins – do primeiro benfeitor natalense dos Salesianos: o casal Juvino César Paes Barreto e D. Inês Augusta Paes Barreto.
         Coadjuvado pelo ilustre pesquisador Luiz da Câmara Cascudo, Pe. Bezerra ia tornando conhecida a figura de Dom Bosco e a obra salesiana pelas paróquias de Natal, com a exibição dos “filmines Don Bosco” – projeção de slides, com palestras informativas sobre o Santo Educador e sua obra pelo mundo.
         Foi só em 1939 que teve início o chamado Externato Salesiano São José. O ano de 1941 significou marco importante na história da obra salesiana em Natal. Foi a transferência para lá do curso de filosofia da Inspetoria Salesiana do Nordeste. Isso significou a presença de jovens estudantes de filosofia salesianos (que o arcebispo Dom Marcolino chamava de “meus seminaristas”), professores de alto nível, como o Pe. José Pereira Neto, mestre de filosofia,  e a biblioteca do Instituto, com livros de valor de filosofia, teologia, história da Igreja e Sagrada Escritura. Infelizmente, essas vantagens cessaram com a transferência do curso de filosofia para a Faculdade Salesiana de Lorena, São Paulo.
         Os anos de 1972 a 1974 tiveram significado especial na história do colégio salesiano de Natal. Nesses anos, providenciou-se uma melhora significativa no professorado, devidamente remunerado; criou-se o chamado curso científico, hoje, ensino de nível médio, e foram recebidos alunos do sexo feminino, inicialmente só no científico e progressivamente em todas as séries, o que significou expressivo aumento das matrículas, ampliação do prédio e feliz repercussão na sociedade natalense.
         Hoje, aos 80 anos de vida fecunda, a obra salesiana no Rio  Grande do Norte conta ainda com outro colégio em Parnamirim, o “Dom Bosco”, uma obra social no bairro do Gramoré em Natal  e uma paróquia em Areia Branca.
         A solenidade comemorativa dos oitenta anos do “São José” foi brilhantíssima, sob a direção do Pe. Robson Barros da Costa, com uma missa solene, presidida pelo Padre Inspetor, Luiz Pessinati, e a participação de dois arcebispos eméritos: Dom Matias Patrício de Macedo e Dom Edvaldo G. Amaral SDB, ex-diretor do Colégio São José. Após a missa, houve a premiação dos funcionários da Casa, homenagem aos ex-diretores e a convidados especiais, entre os quais o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, ex-aluno do “São José” nos anos de 1973 a ´75.

         É São João Bosco abençoando e protegendo o labor de seus filhos na terra de Nossa Senhora da Apresentação.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

A SANTA DE CALCUTÁ

       “As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam “ – nessas palavras está com singeleza todo o pensamento espiritual e prático da Madre Teresa de Calcutá – hoje Santa Teresa.
         A um jornalista que lhe perguntou o que se deveria fazer para reformar o mundo, ela respondeu: “Você e eu devemos nos reformar, e já é um bom começo...”
         Agnes Bojaxhiu, seu nome de batismo, nasceu em 26 de agosto de 1910 na Albânia, no Leste europeu. Aos 18 anos, entrou na Congregação das Irmãs de Loreto em Dublin, na Irlanda. Após os votos, foi enviada para a Índia, onde era professora e depois  diretora de um colégio para meninas de boas famílias em Calcutá. Foi numa viagem de trem, que ouviu um chamado interior para se dedicar aos pobres e necessitados, que ela via por toda a India. No dia 8 de agosto de 1948, com aprovação do arcebispo de Calcutá, deixou a Congregação, passando a usar um sári branco, debruado de azul com uma pequena cruz no ombro. É a roupa típica das mulheres indianas.
         A partir de março de 1949, começaram a aparecer, em bom número, vocações entre suas antigas alunas  do Colégio de Calcutá; algumas filhas de famílias ricas, dispostas a colocar sua vida, sob a direção de Madre Teresa, a serviço dos pobres e miseráveis da Índia. Em 7 de outubro de 1950, foram aprovadas pela Santa Sé as Missionárias da Caridade, como foram chamadas as Irmãs de Madre Teresa. Sua Congregação espalhou-se pelo mundo, sempre a serviço dos pobres.
         Madre Teresa, em sua humildade e simplicidade, teve o reconhecimento do mundo, que não conseguiu alterar seu perfil  de humilde servidora dos pobres. Disse a um homem que queria desfazer-se de seu filho: “Se não quer criar seu filho, me dê que eu cuido dele.”
         Tive a sorte de vê-la de longe, num estádio, durante o Congresso Eucarístico Internacional de Filadélfia, nos Estados Unidos, em 1975.
         Recebe o Prêmio Nobel da Paz em 1979. No ano seguinte, recebe o prêmio de  distinção especial de serviço público dos Estados Unidos. O Presidente Reagan confere-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade.  E até a União Soviética, em 1987,  condecora-a com a Medalha de Ouro do Comité Soviético da Paz. Várias Universidades ao redor do mundo conferiram-lhe títulos “honoris  causa”. Foi amiga da Princesa Diane, da Inglaterra, que a considerava uma santa e naturalmente foi muito criticada por essa amizade.
         Tudo isso – é importante salientar -  não abalou a simplicidade e humildade inalteradas de Madre Teresa.

         Faleceu a 5 de setembro de 1997 e o Papa enviou seu Secretário de Estado, Cardeal Ângelo Sodano, para presidir suas exéquias. Foi beatificada por S. João Paulo II em 2003 e  em 4 de setembro deste ano, foi canonizada pelo Papa Francisco. È agora Santa Teresa de Calcutá, a mãe dos pobres e miseráveis do mundo inteiro.