Praticar
o aborto contra o feto, nascido da violência do estupro, serviria para
purificar a mulher, violentada pelo estupro, da consequência do crime hediondo cometido
contra ela? Seria o mesmo que cometer um horrendo delito – tirar a vida do
inocente – para compensar outro
abominável, que é a violência cometida contra a mulher.
A
edição 211 do folheto “ABORTO – faça alguma coisa pela vida”, editado pela
organização PRÓ-VIDA, da diocese de Anápolis-Goiás, sob a direção do Pe. Luiz
Carlos Lodi – um incansável defensor dos direitos da vida humana – traz
oportunas e preciosas considerações sobre a questão “estupro versus aborto”.
Transcrevo
com prazer: “Há quem pense que se uma gravidez resultou de um estupro, o aborto
seria a forma de ‘desestuprar’ a mulher. Convém lembrar, a quem sustenta tal
opinião, que a vida da criança por nascer permanece inviolável, apesar da violência
por quem seria seu pai, sofrida por sua mãe. Em qualquer caso, ainda que o bebê
em um primeiro momento, parecesse repugnante aos olhos da mãe, nada
justificaria sua morte. Em meu trabalho pró-vida, já conheci muitas vítimas de estupro, que
engravidaram e deram à luz. Elas são unânimes em afirmar que estariam morrendo
de remorsos se tivessem abortado. A convivência com a criança não perpetua a
lembrança do estupro sofrido, mas serve de doce remédio para a violência
sofrida.”
Continuam
as preciosas observações do Pe. Lodi: “E mais: se no futuro a mulher se casa e
tem outros filhos, o filho do estupro costuma ser o preferido. Tal fato tem
explicação simples: as mães se apegam de modo especial aos filhos que, ao
nascer, lhe deram maior trabalho. Se, ao contrário, a gestante cometer aborto, a marca do estupro, longe de se
apagar, ficará cristalizada. Em vez de ter, diante de si, o rosto sorridente de
uma criança para lhe servir de remédio pela violência, que lhe foi infligida,
terá dentro de si a voz da consciência, acusando-a de ter matado um filho
inocente. Nenhuma vítima de estupro merece tal castigo.”
E Pe. Luiz
Carlos, para encerrar, cita o depoimento de uma jovem, Maria Luciene,
violentada em 1995: “No início, quando você percebe que está grávida, fica com
muita raiva. Mas depois que a criança nasce, você nem se lembra mais do que
aconteceu.”
A violência
contra a vida do inocente não se justifica pela violência do criminoso
estuprador...