Quero transcrever aqui, com alguns
poucos comentários, o novo ciclo de catequeses, iniciado pelo Papa Francisco para
este ano sobre o tema da esperança, que ele começa chamando “a virtude dos
pequeninos”.
Diz ele: “O
tema da esperança cristã é muito importante porque a esperança não desilude
como o otimismo. Precisamos muito dela nesta época que parece obscura, na qual
nos sentimos perdidos diante do mal e da violência que nos circundam. Perdemos
o otimismo.” Estas palavras do Pontífice têm hoje para nós significado
especial, diante dos horrores de Manaus
e Roraima. “Mas, continua Papa Francisco, não podemos deixar que a esperança
nos abandone, pois com seu amor Deus caminha ao nosso lado. Espero, podemos
dizer, pois Deus caminha comigo. Caminha e leva-me pela mão. Deus não nos deixa
sós. O Senhor Jesus venceu o mal, abrindo-nos a senda da vida.”
Mais adiante diz o Pontífice: “Quando
estamos na escuridão, nas dificuldades, não sorrimos, e é precisamente a
esperança que nos ensina a sorrir para encontrar o caminho, que conduz a Deus.
Uma das primeiras coisas que acontecem com as pessoas que se desligam de Deus é
que deixam de sorrir. Talvez sejam capazes de dar uma gargalhada ao ouvir uma
piada, uma risada... mas falta o sorriso! Só a esperança suscita o sorriso: é o
sorriso da esperança de encontrar Deus. A vida é muitas vezes um deserto, é
difícil caminhar na vida, mas se nos confiamos a Deus, ela pode tornar-se
bonita e ampla como uma rodovia.” Bela esta comparação de Francisco, que
apresenta a vida com esperança como uma estrada fácil de ser percorrida, ao
contrário da vida com desespero que é como caminhar entre espinhos e pedras. “É
suficiente, continua ele, nunca perder a esperança, continuar a crer sempre,
não obstante tudo. Quando nos encontramos diante de uma criança, talvez
possamos ter muitos problemas e dificuldades, mas o sorriso vem-nos de dentro,
porque estamos diante da esperança. A criança é uma esperança!. São eles, os
pequeninos com Deus, com Jesus, que transformam o deserto do exílio, da solidão
desesperada e do sofrimento numa vereda direta, na qual caminhar ao encontro do
Senhor. Vamos ao ponto, prossegue
Francisco: deixemos que as crianças nos ensinem a esperança.”
E
concluindo, o Papa ensina algo muito atual para o Brasil de hoje: “Duas
realidades estreitamente ligadas: 1º; a corrupção é o aspecto negativo a
debelar, começando pela consciência pessoal e atentos aos espaços da vida
civil; 2º; os direitos humanos são o aspecto positivo a promover com decisão
sempre renovada, para que ninguém seja excluído do reconhecimento efetivo dos
direitos fundamentais da pessoa humana.”
Que os
sábios ensinamentos do bispo de Roma tenham acolhida real e eficaz na vida
pública brasileira. É o que esperamos para este Novo Ano.