quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O ROSTO DA MISERICÓRDIA DE DEUS

                    Numa conferência de imprensa no Vaticano, a 2 de setembro deste ano, o brasileiro Marcílio  Haddad  Andrino narrou para a imprensa mundial o milagre de sua inexplicável cura, de  graves abcessos cerebrais, obtida em 2008 pelas suas orações com uma relíquia da Madre Teresa de Calcutá, aprovado pela Congregação dos Santos, da Santa Sé..                                                                         Apesar de sua milagrosa cura, ,os médicos ainda advertiram a ele e à sua esposa, Fernanda Nascimento Rocha,  que os dois teriam menos de 1% de possibilidade de ter filhos. Mas hoje o feliz casal comemora já o nascimento de duas crianças, que Marcílio e a esposa consideram como “uma extensão do milagre” da nova santa da Igreja.
 Já tida como santa em vida, foi beatificada pelo Papa, que a conhecera pessoalmente e era seu grande amigo e admirador,  S. João Paulo II, em 19 de outubro de 2003, já no ocaso de seu pontificado.
                Em 4 de setembro deste ano, diante de uma multidão, calculada em 120 mil fiéis, na praça de S. Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco canonizou no ano da misericórdia aquela que  foi considerada o rosto humano da misericórdia de Deus.
                “De sangue, eu sou albanesa Gonxha  (Inês)  Bojaxhiu;  de cidadania, sou indiana; de religião, sou católica; por minha missão, pertenço ao mundo inteiro; mas o meu coração não pertence senão a Jesus” – disse ela em certa ocasião. Em Dublin, na Irlanda, em 1928, entra na Congregação das Irmãs de N. Sra. de Loreto e é enviada para a India onde, de início, se dedica à educação de meninas de classe alta. Transferida depois para Calcutá, vê de perto a miséria mais chocante da India. Aí, em 10 de setembro de 1946, numa viagem de trem, em meio à oração, recebe claramente o convite do Senhor Jesus para se dedicar ao serviço dos pobres. Ao cabo de um ano, obtém da Santa Sé a permissão de viver fora da comunidade. Deixa o hábito das Irmãs de Loreto e passa a usar um sári branco, veste típica das mulheres indianas. Em 1950, o Papa Pio XII aprova a nova Congregação com o nome de Missionárias da Caridade, mas já a partir de março do ano anterior,  muitas jovens de famílias ricas haviam deixado o Colégio de Calcutá para se unirem à Madre Teresa no serviço total e abnegado aos pobres.
                “O que os pobres mais sofrem – diz Madre Teresa - é o de não sentir amados. Para todas as doenças há remédios, mas para o estado de abandono em que se sentem os pobres e miseráveis, só o se sentir amados é que lhes dá a verdadeira cura.”
                “O fruto do silêncio é a oração. O fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O fruto do serviço é a paz” – ensinava Madre Teresa em 1979.
                Defensora intransigente da vida, fiel à doutrina da Igreja que condena a contracepção, Madre Teresa disse a muitas mulheres que não queriam manter os filhos : “Dê-me seu filho que eu cuidarei dele”. Aconselhava a oração: “Senhor, dai-nos a coragem de proteger a criança que está para nascer!.” Ela exclamou no memorável discurso, que pronunciou em Oslo, na recepção do Nobel da Paz, em 10 de dezembro de 1979: “Senhor, dai-nos a coragem de proteger a criança que está para nascer! O maior destruidor da paz hoje é o crime cometido contra a criança inocente, que está para nascer. Se uma mãe pode matar seu filho, no seu próprio seio, o que impede de nos matarmos uns aos outros?” Ainda no discurso de Oslo: “Eu vos convido hoje a tomar uma firme resolução: Nós iremos salvar todas as criancinhas. Para todas as crianças que estão para nascer, nós iremos dar-lhes a chance de viver.”
                Papa Francisco em sua canonização, em 4 de setembro últmo, chamou-a: “Mulher da caridade; Mulher da misericórdia”. E o Card. Piero Parolin,  Secretário de Estado do Santo Padre, que presidiu à Santa Missa na praça de São Pedro, no dia seguinte, que por coincidência era a primeira festa litúrgica da nova Santa, disse na homilia: “Madre Teresa gostava de se definir ‘um lápis nas mãos do Senhor’. Mas que poemas de caridade, compaixão, conforto e alegria soube escrever aquele pequeno lápis! Poemas de amor e de ternura para com os mais pobres entre os pobres, aos quais consagrou a sua existência!” Inspiradas palavras do Secretário de Estado a respeito da Santa da Misericórdia e da Vida!

                Em março de 1967, a obra de Madre Teresa é acrescida do ramo masculino: a Congregação dos Irmãos Missionários. E em 1969, nasce a Fraternidade dos colaboradores leigos das Missionárias da Caridade.