Importante figura do episcopado brasileiro, eleitor do Papa, declarou
certa vez em público que Cuba era a realização do paraíso terrestre em nossos
dias. Outros membros de destaque na Igreja do Brasil, sobretudo um que ocupou
cargo político, no governo Lula, se bem que passageiro, é verdade, fez
entusiásticas declarações políticas em favor de Cuba. Já, ao contrário, em um
Congresso continental latino-americano, das Vocações sacerdotais, a que
participei em Itaici, indicado por Dom
Luciano Mendes de Almeida, na época, Presidente da CNBB, havia uma religiosa de
Cuba, encarregada das vocações sacerdotais na Ilha caribenha. Interrogada sobre
a verdadeira situação do povo cubano, ela afirmou categoricamente: “Só fala bem
da situação social e política de Cuba, quem não vive lá como cidadão comum. Os
turistas e personalidades que visitam nossa Ilha, não conhecem a verdadeira,
triste e miserável situação do povo cubano.” Verdade é que grande parte da
miséria de Cuba se devia ao embargo econômico e alimentar, imposto pelos
Estados Unidos e outras potências econômicas do mundo.
Fidel Castro, filho de rico
fazendeiro, que possuía vastas terras, estudou com os jesuítas, a Congregação do Papa Francisco, juntamente com seus irmãos, Raul e os outros,
em Santiago de Cuba. Dizia-se, na época, que os guerrilheiros de Sierra Maestra,
combatendo a ditadura opressora de Somoza,
empunhavam o terço de Nossa Senhora, juntamente com a metralhadora. Foi
esse homem que, dois anos após a vitória sobre a ditadura, com surpresa geral, declarou que a partir
dali Cuba teria o regime comunista de governo. Na verdade, era mais uma opção
pela União Soviética, em plena guerra fria, contrariando o velho e arquinimigo,
explorador de sua economia, o poderoso vizinho, os Estados Unidos da América.
1 O regime imposto a Cuba foi
desumano e cruel e levou ao “paredón” de
fuzilamento milhares de opositores, que não conseguiram fugir para a vizinha
Flórida. A imprensa brasileira divulgou uma estimativa do Cuba Archive, que
afirma que o regime castrista foi responsável pela morte de 88 mil cidadãos e
destaca que 5.000 foram executados e 2.300 morreram em prisões do regime. Com
salários de fome, reduziu a população pobre a um triste estado de abastecimento
alimentar, vestuário e transporte. Mas tem um grande mérito: preocupou-se muito
com a educação, com notáveis resultados e reduziu notavelmente a praga do
analfabetismo, que tinha níveis astronômicos e hoje se acha reduzida a
razoáveis índices, comuns na América Latina. Na medicina, vem formando médicos
de reputação mundial. Em novembro de 1983, em Luanda, capital de Angola, na
guerra civil que se seguiu à independência daquele país africano, ao qual o
Brasil tanto deve e não ajudou na libertação do jugo português, pude ver seus excelentes médicos, trabalhando em míseros hospitais. Já agora, em
tempos de paz, em outubro de 2014, fui atendido na mesma Luanda, na Clínica
Atália, por excelente equipe de médicos cubanos, sob a direção da Dra. Clara
Guerrero Selde.
Em 15 de março de 1990, na
posse do Presidente Collor em Brasília, na Câmara dos Deputados, o
“Comandante” Fidel destacava-se dos
demais Chefes de Estado presentes, por usar fardamento militar verde-oliva
e com a barba imponente, que lhe dava
certo ar de superioridade entre as demais autoridades, todas naturalmente
usando traje formal de cor preta.
Articulada pelo Papa
Francisco, Estados Unidos e Cuba começaram com Barack Obama e Raul Castro certa
abertura diplomática em dezembro de 2014, para no ano seguinte restabelecerem
as relações diplomáticas, rompidas em 1961.
E agora, como será Cuba,
sem Fidel Castro? Que Santo Antônio Maria Claret, o santo espanhol, que foi
missionário em Cuba, a proteja e a Virgem da Caridade do Cobre, celestial padroeira da Ilha caribenha de seu
Santuário nacional em Santiago de Cuba, abençoe o heroico povo cubano.