quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

UM MÁRTIR LATINO-AMERICANO

             É Dom Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, na República Dominicana – América Central.
Sua carreira eclesiástica assim se resume: Nascido de família humilde, com sete irmãos, ingressou no Seminário de São Domingos em 1930. Entre 1937 e 1942 estudou teologia em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana. Foi ordenado sacerdote no dia 4 de abril de 1942 e exerceu o ministério paroquial por poucos anos, sendo logo nomeado secretário do Bispo diocesano e, em seguida, eleito secretário da Conferência episcopal de El Salvador. Foi Bispo auxiliar de San Salvador e bispo diocesano de Santiago de Maria, onde viu de perto a extrema miséria de seu país, agravada pela feroz opressão de um grupo de latifundiários. Arcebispo da capital, San Salvador, em 1977, colocou-se decididamente a serviço dos pobres e contra o poder político e econômico dominante.
Suas catequeses, suas homilias, transmitidas pela Rádio da Diocese, eram escutadas também no exterior, pela América Central e outros países, difundindo o conhecimento da situação precária, em que estava o país pela  guerra civil entre os partidos rivais.  Sua crescente popularidade em toda a América Central e sua vizinhança ao povo pobre e desprotegido provocaram o ódio dos poderes, políticos e latifundiários, que de todas as formas  procuraram intimidá-lo, ameaçá-lo e desacreditá-lo.
“Um bispo poderá ser morto, mas a  Igreja de Deus não perecerá jamais” – afirmou ele em certa ocasião.
Várias vezes ameaçado de morte,  declarou com intrepidez cristã e apostólica: “Se me matarem, ressuscitarei no povo salvadorenho.” Na última missa que celebrou, com voz profética, anunciou: “Possa este sacrifício do Sangue de Cristo, derramado pelo nosso amor, dar-nos a coragem de oferecer nosso corpo e nosso sangue pela implantação da justiça e pela paz social e política de nosso país.”
Em 24 de março de 1980, enquanto o arcebispo Romero celebrava o Santo Sacrifício de Missa na capela do Hospital de Divina Providência  em San Salvador, foi baleado por um assassino profissional, contratado por Roberto D´Aubuisson, líder do partido conservador, a Aliança Republicana Nacional.
O Papa S. João Paulo II colocou-o na celebração dos novos mártires da Igreja e o Papa Francisco, em decreto de 23 de maio de 2015,  declarou-o Beato, um passo jurídico antes da canonização, a declaração de santo mártir de Igreja.

DOM OSCAR ROMERO

           SE ME MATAREM, RESSUSCITAREI NO POVO SALVADORENHO.        
Foi com essa heroica disposição, que Dom Oscar Romero, arcebispo de San Salvador, na república de El Salvador – América Central, enfrentou, na defesa de seu povo oprimido, um regime de feroz repressão social e política.
      O amor e a dedicação que unem Dom Romero ao seu povo estão expressos com perfeição em suas últimas palavras, pronunciadas antes de ser assassinado, enquanto elevava o cálice em plena Santa Missa: “Possa este sacrifício do sangue de Cristo, derramado pelo nosso amor, dar-nos a coragem de oferecer nosso corpo e nosso sangue pela implantação da justiça e pela paz social e política de nosso povo.”  Nos momentos em que sua corajosa denúncia das injustiças sociais e o desafio ao iníquo regime opressor se fazia mais forte e o advertiam do perigo em que ele incorria e acabou consumando-se, o heroico bispo-mártir repetia a frase que serve de título a este artigo.
         Nascido de família humilde, o segundo entre oito irmãos, Oscar recebeu sua primeira formação sacerdotal no Seminário de São Domingos, onde ingressou em 1930. Entre 1937 a 1942, vamos encontrá-lo em Roma na Pontifícia Universidade Gregoriana, dirigida pelos jesuítas, completando sua formação eclesiástica acadêmica. Foi ordenado sacerdote no dia 4 de abril de 1942 e exerceu o ministério paroquial por poucos anos, sendo logo nomeado secretário do Bispo diocesano e secretário da Conferência Episcopal de El Salvador. A 25 de abril de 1970, vem nomeado bispo auxiliar de San Salvador. E em 15 de outubro de 1974 é feito bispo de Santiago de Maria, um dos lugares mais pobres de todo El Salvador. Foi aí, no contato pastoral direto e frequente, com a vida real daquela população, que vivia em extrema pobreza e esmagada pela feroz opressão de um regime político opressor, a serviço de um grupo de latifundiários, que Dom Romero se definiu pelos pobres e oprimidos.
Sua nomeação para arcebispo de San Salvador em 3 de fevereiro de 1977 vai encontrá-lo decididamente a serviço dos pobres em contraste com o grupo defensor do status quo político e econômico dominante.
Em 23 de março de 1980, o arcebispo Romero convidou abertamente os oficiais e todas as forças armadas a não cumprirem ordens, que fossem contrárias à moral humana. No dia seguinte, 24 de março, enquanto celebrava o Santo Sacrifício da Missa, na capela do Hospital da Divina Providência foi baleado por um assassino, enviado por Roberto D´Aubuisson, líder do partido nacionalista conservador, a Aliança Republicana Nacional.

S. João Paulo II, no Jubileu do Ano 2000, colocou-o na celebração dos Novos Mártires da Igreja, enquanto o Papa Francisco, com o decreto de 23 de maio de 2015, reconheceu seu martírio como in odium fidei, em ódio à fé, elevando-o assim à honra dos altares como beato, em solene celebração em San Salvador a 23 de maio de 2015.






segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

DOM BOSCO HOJE

         O Santo que o mundo católico vai homenagear na próxima terça-feira, dia 31, São João Bosco, o Santo Educador, é o Pai da grande Família Salesiana, que conta hoje com mais de 30 integrantes. Além da Sociedade de S. Francisco de Sales, conhecidos como Salesianos, as Irmãs, Filhas de Maria Auxiliadora, os Cooperadores Salesianos e a Associação de Maria Auxiliadora, ADMA, a grande Família Salesiana agrupa hoje organizações católicas nos cinco continentes, surgidas após sua morte. No Brasil, além das que foram fundadas pelo Santo em vida (1815-1888), temos como membro destacado, a Associação da Canção Nova, fundada pelo Mons. Jonas Abib em 1978, em Cachoeira Paulista, de notável relevo no uso dos meios de comunicação social, especialmente por sua estação de televisão, que cobre grande parte do território nacional.
         Publicada recentemente pela Livraria Editora Vaticana, foi editada obra de notável relevância, com longa entrevista, concedida ao jornalista espanhol Angel Expósito, pelo Reitor Mor dos Salesianos e 10º Sucessor de Dom Bosco, o também espanhol Pe. Angel Fernandez Artime. A entrevista foi publicada, enriquecida por 12 estudos de grandes especialistas em Dom Bosco, tendo entre eles duas Irmãs Salesianas e demais salesianos, estudiosos da vida do Santo Fundador. Traz por título o que encima este artigo, isto é, DOM BOSCO HOJE.
         A figura do santo educador aparece aí com notável oportunidade para nossos dias. Diz Pe. Fernandez: “Em seu momento histórico e em seu contexto, eram de fato os jovens a coisa mais importante para D. Bosco, que viveu sua vocação sacerdotal para os jovens, com radicalidade e coerência únicas. Hoje, talvez, com nossa linguagem e no ambiente do século 21, o convite à coerência, à radicalidade e à esperança de nossa vocação para os jovens são de grande atualidade e constituem para nós precioso desafio.” Narrando o início de seu apostolado entre os jovens, D. Bosco com sua característica praticidade testemunha: “Foi então que pude constatar que os jovens, saídos das prisões, se encontram mão benévola, que toma cuidado deles, assiste-os nos feriados, procura colocá-los a trabalhar com honestos patrões, vai visitá-los algumas vezes durante a semana, esses jovens entram numa vida honrada, esquecem o passado e tornam-se bons cristãos e honestos cidadãos.”

         Como D. Bosco hoje é necessário para os jovens, vencidos pela droga e ingressos tão cedo no mundo do crime! ...