Sua carreira eclesiástica assim se
resume: Nascido de família humilde, com sete irmãos, ingressou no Seminário de
São Domingos em 1930. Entre 1937 e 1942 estudou teologia em Roma, na Pontifícia
Universidade Gregoriana. Foi ordenado sacerdote no dia 4 de abril de 1942 e
exerceu o ministério paroquial por poucos anos, sendo logo nomeado secretário
do Bispo diocesano e, em seguida, eleito secretário da Conferência episcopal de
El Salvador. Foi Bispo auxiliar de San Salvador e bispo diocesano de Santiago
de Maria, onde viu de perto a extrema miséria de seu país, agravada pela feroz
opressão de um grupo de latifundiários. Arcebispo da capital, San Salvador, em
1977, colocou-se decididamente a serviço dos pobres e contra o poder político e
econômico dominante.
Suas catequeses, suas homilias,
transmitidas pela Rádio da Diocese, eram escutadas também no exterior, pela
América Central e outros países, difundindo o conhecimento da situação
precária, em que estava o país pela
guerra civil entre os partidos rivais.
Sua crescente popularidade em toda a América Central e sua vizinhança ao
povo pobre e desprotegido provocaram o ódio dos poderes, políticos e latifundiários,
que de todas as formas procuraram
intimidá-lo, ameaçá-lo e desacreditá-lo.
“Um bispo poderá ser morto, mas a Igreja de Deus não perecerá jamais” – afirmou
ele em certa ocasião.
Várias vezes ameaçado de morte, declarou com intrepidez cristã e apostólica:
“Se me matarem, ressuscitarei no povo salvadorenho.” Na última missa que
celebrou, com voz profética, anunciou: “Possa este sacrifício do Sangue de
Cristo, derramado pelo nosso amor, dar-nos a coragem de oferecer nosso corpo e
nosso sangue pela implantação da justiça e pela paz social e política de nosso
país.”
Em 24 de março de 1980, enquanto o
arcebispo Romero celebrava o Santo Sacrifício de Missa na capela do Hospital de
Divina Providência em San Salvador, foi
baleado por um assassino profissional, contratado por Roberto D´Aubuisson,
líder do partido conservador, a Aliança Republicana Nacional.
O Papa S. João Paulo II colocou-o na
celebração dos novos mártires da Igreja e o Papa Francisco, em decreto de 23 de
maio de 2015, declarou-o Beato, um passo
jurídico antes da canonização, a declaração de santo mártir de Igreja.
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