sexta-feira, 31 de julho de 2015

“MATRIMÔNIO PARA TODOS”




                É assim que chamam o casamento homossexual os que o defendem simplesmente como uma  necessária ampliação dos direitos individuais de cada um de casar-se com quem quiser, seja ele do sexo oposto ou seja de seu mesmo sexo.
                A revista francesa laica “Le débat”, em seu número de julho último, citada pelo L’Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, apresenta  amplo estudo sobre o assunto na palavra de quatro especialistas, abordando  o tema,  sobretudo no ponto de vista dos filhos que esses casais gostariam de criar como seus. Teríamos o absurdo de que a criança teria dois pais e nenhuma mãe, ou duas mães  e nenhum pai.
                Paul Thibaud,  filósofo, já diretor da revista “Esprit”, considera o aprofundamento desta questão uma novidade importante, já que a ausência de debate significaria a total privatização, tanto do matrimônio como da procriação. “Cancelar o caráter institucional da família – diz ele  - tem como efeito escolher uma temporalidade breve,  isto é, o contrato atual, as vontades de hoje, os sentimentos do momento,  sem olhar com responsabilidade para o futuro.” Em resumo: e os filhos  como ficam neste tipo de casamento e de família?
                Já a filósofa Nathalie Heinrich acentua que, em nome da igualdade,  está  se submetendo o regime matrimonial  e o estatuto da filiação a graves transformações. Ensina ela que “os direitos sociais não se fundam na igualdade, mas na equidade, e assim, o direito a um filho de qualquer modo, é inaceitável,  porque se baseia numa extensão abusiva do valor da igualdade”.
                O psicanalista Maurice Berger declara que as pesquisas realizadas para averiguar o desenvolvimento  dos  filhos de casais homossexuais  são pouco confiáveis, porque quase todas muito ideologizadas e substancialmente enganosas.
                A psicoterapeuta Catherine Dolto é severa em sua crítica a qualquer forma de gestação realizada por outras pessoas, que não sejam os pais. Ela considera isso como uma forma de “produção de crianças”, que as torna objeto de transação financeira. Como estudiosa da infância, ela rejeita a possibilidade da chamada  “barriga de aluguel”, porque ela sustenta que a fase intra-uterina é decisiva na formação da psique da criança. É sob esse prisma que ela rejeita o casamento homossexual. O jornal do Vaticano cita literalmente a opinião da Dra. Dolto: “Há um vínculo estreito entre a primeira fase da vida humana e a evolução que as crianças tratadas deste modo darão ao quadro social. Não cuidar seriamente das novas gerações é preparar uma barbárie futura” – conclui ela.
                São quatro abalizadas opiniões dignas de nossa reflexão  diante da onda de decisões judiciais favoráveis ao casamento de pessoas do mesmo sexo.

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