É assim que
chamam o casamento homossexual os que o defendem simplesmente como uma necessária ampliação dos direitos individuais
de cada um de casar-se com quem quiser, seja ele do sexo oposto ou seja de seu
mesmo sexo.
A revista
francesa laica “Le débat”, em seu número de julho último, citada pelo L’Osservatore Romano, o jornal do
Vaticano, apresenta amplo estudo sobre o
assunto na palavra de quatro especialistas, abordando o tema, sobretudo no ponto de vista dos filhos que
esses casais gostariam de criar como seus. Teríamos o absurdo de que a criança
teria dois pais e nenhuma mãe, ou duas mães
e nenhum pai.
Paul Thibaud, filósofo, já diretor da revista “Esprit”,
considera o aprofundamento desta questão uma novidade importante, já que a
ausência de debate significaria a total privatização, tanto do matrimônio como
da procriação. “Cancelar o caráter institucional da família – diz ele - tem como efeito escolher uma temporalidade
breve, isto é, o contrato atual, as
vontades de hoje, os sentimentos do momento, sem olhar com responsabilidade para o futuro.”
Em resumo: e os filhos como ficam neste
tipo de casamento e de família?
Já a filósofa
Nathalie Heinrich acentua que, em nome da igualdade, está
se submetendo o regime matrimonial e o estatuto da filiação a graves
transformações. Ensina ela que “os direitos sociais não se fundam na igualdade,
mas na equidade, e assim, o direito a um filho de qualquer modo, é
inaceitável, porque se baseia numa
extensão abusiva do valor da igualdade”.
O psicanalista
Maurice Berger declara que as pesquisas realizadas para averiguar o
desenvolvimento dos filhos de casais homossexuais são pouco confiáveis, porque quase todas
muito ideologizadas e substancialmente enganosas.
A psicoterapeuta
Catherine Dolto é severa em sua crítica a qualquer forma de gestação realizada
por outras pessoas, que não sejam os pais. Ela considera isso como uma forma de
“produção de crianças”, que as torna objeto de transação financeira. Como
estudiosa da infância, ela rejeita a possibilidade da chamada “barriga de aluguel”, porque ela sustenta que
a fase intra-uterina é decisiva na formação da psique da criança. É sob esse
prisma que ela rejeita o casamento homossexual. O jornal do Vaticano cita
literalmente a opinião da Dra. Dolto: “Há um vínculo estreito entre a primeira
fase da vida humana e a evolução que as crianças tratadas deste modo darão ao
quadro social. Não cuidar seriamente das novas gerações é preparar uma barbárie
futura” – conclui ela.
São quatro
abalizadas opiniões dignas de nossa reflexão
diante da onda de decisões judiciais favoráveis ao casamento de pessoas
do mesmo sexo.
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