Diz Marcos em seu evangelho,
cap. 6, vers.12 s :”Partindo (os Doze) pregavam que todos se convertessem. E
expulsavam muitos demônios, e curavam muitos enfermos ungindo-os com o óleo”.
Esse texto insinua, é prelúdio ou esboço carismático, do sacramento da Unção
dos Enfermos – diz o teólogo Pe. Penido. O mesmo referem Mateus, 10,8 e Lucas 9,1: Os
apóstolos recebem de Jesus o poder de curar os enfermos e o realizam com a
unção do óleo.
Em meu livrinho
“Direitos e Deveres dos Cristãos” escrevi: “O dever dos fiéis cristãos,
relativamente à Unção dos Enfermos, é que os parentes dos doentes em estado
grave cuidem diligentemente que eles sejam confortados com esse sacramento, em
tempo oportuno, possivelmente ainda com o uso da razão, para que possam também
confessar-se. ‘Com o uso da razão’ significa que o enfermo esteja ainda na
posse de suas faculdades mentais e possa conhecer os sacramentos que recebe.
Esse é o ideal, que infelizmente nem sempre acontece em virtude do medo, pouco
cristão, de que o doente vá assustar-se com a presença pastoral e benévola do
sacerdote. O fiel tem esse dever grave para com seus entes queridos, pais,
filhos, cônjuge e outros, e não deve ter o receio pagão de que vai amedrontá-lo
com a recepção dos santos sacramentos da Igreja: Confissão, Comunhão e a Santa
Unção.”
E continuo: “Todo
fiel, que tenho atingido o uso da razão começa a estar em perigo de vida, por
motivo de saúde ou de idade, deve receber este sacramento da Unção dos Enfermos.
O sacramento pode ser repetido se, depois da convalescença, recair em outra
doença grave ou se, durante a mesma doença, houver novo perigo de vida. E pode
receber este sacramento o doente inconsciente que, enquanto estava no uso da
razão, ao menos implicitamente, como bom cristão, tornou manifesto o desejo de receber esse sacramento,
quando oportuno.”
E ainda: “Não
pode receber o sacramento dos enfermos o doente que, no uso da razão, permanece
obstinadamente em pecado grave manifesto e recusa-se terminantemente a receber
o sinal do perdão de Deus. Não é o caso – acrescento e é muito importante – de
quem viveu maritalmente com um segundo cônjuge, sem o sacramento do matrimônio
e o padre saberá convidá-lo a um sincero arrependimento desse erro, com as
outras faltas de sua vida passada.” Esse, é claro, pode e deve receber
juntamente com o perdão do sacramento da Penitência, a Unção dos enfermos e a
Sagrada Comunhão, contanto que ele se disponha a, caso recobre a saúde,
resolver sua situação irregular e não voltar a uma vida conjugal errada.
Ensina ainda o
Catecismo da Igreja Católica em seu
número 1524: “A Penitência, a Sagrada Unção e a Eucaristia, recebida como
viático, constituem, quando a vida cristã chega ao seu termo, os sacramentos
que preparam para a Pátria, ou os sacramentos que consumam a peregrinação.” Já
o Concílio de Trento ensinara que a Unção dos Enfermos (chamada na época
Extrema Unção) é o sacramento dos que partem. E a partida não é o fim, é um
começo. Diz o prefácio da missa dos defuntos: “Para os que crêem em vós,
Senhor, a vida não é tirada, mas transformada.”
A Mãe do teólogo
Padre Penido disse para o filho na hora da morte, com um suave e sereno sorriso:
“Confessei-me, comunguei, recebi a Unção dos Enfermos, estou prontinha para o
céu.”
Êsse é o
Sacramento da grande viagem...
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