sexta-feira, 31 de julho de 2015

O SACRAMENTO DA GRANDE VIAGEM



Diz Marcos em  seu evangelho, cap. 6, vers.12 s :”Partindo (os Doze) pregavam que todos se convertessem. E expulsavam muitos demônios, e curavam muitos enfermos ungindo-os com o óleo”. Esse texto insinua, é prelúdio ou esboço carismático, do sacramento da Unção dos Enfermos – diz o teólogo Pe. Penido.  O mesmo referem Mateus, 10,8 e Lucas 9,1: Os apóstolos recebem de Jesus o poder de curar os enfermos e o realizam com a unção do óleo.
                Em meu livrinho “Direitos e Deveres dos Cristãos” escrevi: “O dever dos fiéis cristãos, relativamente à Unção dos Enfermos, é que os parentes dos doentes em estado grave cuidem diligentemente que eles sejam confortados com esse sacramento, em tempo oportuno, possivelmente ainda com o uso da razão, para que possam também confessar-se. ‘Com o uso da razão’ significa que o enfermo esteja ainda na posse de suas faculdades mentais e possa conhecer os sacramentos que recebe. Esse é o ideal, que infelizmente nem sempre acontece em virtude do medo, pouco cristão, de que o doente vá assustar-se com a presença pastoral e benévola do sacerdote. O fiel tem esse dever grave para com seus entes queridos, pais, filhos, cônjuge e outros, e não deve ter o receio pagão de que vai amedrontá-lo com a recepção dos santos sacramentos da Igreja: Confissão, Comunhão e a Santa Unção.”
                E continuo: “Todo fiel, que tenho atingido o uso da razão começa a estar em perigo de vida, por motivo de saúde ou de idade, deve receber este sacramento da Unção dos Enfermos. O sacramento pode ser repetido se, depois da convalescença, recair em outra doença grave ou se, durante a mesma doença, houver novo perigo de vida. E pode receber este sacramento o doente inconsciente que, enquanto estava no uso da razão, ao menos implicitamente, como bom cristão, tornou  manifesto o desejo de receber esse sacramento, quando oportuno.”
                E ainda: “Não pode receber o sacramento dos enfermos o doente que, no uso da razão, permanece obstinadamente em pecado grave manifesto e recusa-se terminantemente a receber o sinal do perdão de Deus. Não é o caso – acrescento e é muito importante – de quem viveu maritalmente com um segundo cônjuge, sem o sacramento do matrimônio e o padre saberá convidá-lo a um sincero arrependimento desse erro, com as outras faltas de sua vida passada.” Esse, é claro, pode e deve receber juntamente com o perdão do sacramento da Penitência, a Unção dos enfermos e a Sagrada Comunhão, contanto que ele se disponha a, caso recobre a saúde, resolver sua situação irregular e não voltar a uma vida conjugal errada.
                Ensina ainda o Catecismo da Igreja Católica em  seu número 1524: “A Penitência, a Sagrada Unção e a Eucaristia, recebida como viático, constituem, quando a vida cristã chega ao seu termo,  os  sacramentos que preparam para a Pátria, ou os sacramentos que consumam a peregrinação.” Já o Concílio de Trento ensinara que a Unção dos Enfermos (chamada na época Extrema Unção) é o sacramento dos que partem. E a partida não é o fim, é um começo. Diz o prefácio da missa dos defuntos: “Para os que crêem em vós, Senhor, a vida não é tirada, mas transformada.”
                A Mãe do teólogo Padre Penido disse para o filho na hora da morte, com um suave e sereno sorriso: “Confessei-me, comunguei, recebi a Unção dos Enfermos, estou prontinha para o céu.”
                Êsse é o Sacramento da grande viagem...

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