quarta-feira, 13 de maio de 2015

A VITÓRIA DA CRUZ

Já o velho Simeão, na versão lucana da apresentação do Menino Jesus no templo de Jerusalém, havia predito à sua Mãe, a Virgem Maria: “Eis que este menino será posto como causa de queda e de soerguimento para muitos em Israel e será sinal de contradição (Lc 2, 34).
                São Paulo ensina que a cruz de Cristo é um absurdo para os gregos, para a filosofia e a cultura helênica, e para os judeus, um escândalo.  Para nós, para quem o mistério da cruz significa ressurreição e vida, ela é sinal de glória e vitória. Diz ainda o apóstolo dos gentios: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós.  é força divina” (1 Cor 11,18).
              Constantino Magno, o primeiro imperador romano cristão, numa batalha, viu uma cruz no céu com a inscrição: “In hoc signo vinces” – Neste sinal, vencerás. E realmente, ele venceu a batalha e, depois, transformou o cristianismo, de perseguido, em religião oficial  do Império.                                                     Juliano, um de seus sucessores, foi batizado e depois rejeitou a fé cristã e passou à História com o título de “Juliano, o apóstata”. Pretendia fazer retornar o culto aos deuses do paganismo como religião oficial do Império. Ferido de morte numa batalha, sentindo aproximar-se seu fim, teria bradado contra Jesus, conforme uma tradição: “Venceste, Galileu!” que era como ele chamava Jesus de Nazaré.
                Nas igrejas católicas, a liturgia prescreve a obrigatória colocação da Santa Cruz no lugar de destaque mais digno possível, presidindo todo o culto litúrgico. Na Sexta-feira Santa, há um rito especial, denominado “adoração da cruz”, que é uma veneração particular do símbolo sagrado da morte de Jesus, e que se realiza às três horas da tarde.
A imagem da cruz de Jesus, símbolo maior de nossa fé cristã, ao longo da história dos países católicos, como o nosso, tem sido colocada nos parlamentos, nos  tribunais, nas coroas dos reis e em lugares oficiais.
                Até há pouco tempo, usar uma cruz dourada, pendente ao pescoço, era distintivo do  bispo, que a usava com a batina “filetada” como se chama a batina de frisos roxos. Hoje, as cruzes raramente são douradas e muitos as usam, inclusive os jovens. Muitas Congregações femininas têm a cruz no peito como elemento principal de seu hábito – ou a usam sem o hábito, mas sempre como distintivo de sua consagração religiosa.
                O Papa Francisco, sempre inovando, usa uma cruz, não de Jesus crucificado, mas do Bom Pastor, de braços cruzados no peito, cercado das ovelhas, que  o seguem e, no alto, evidentemente sem o decreto de Pilatos da condenação de Jesus, mas sim a figura de uma pomba, que representa o Espírito Santo. Não precisa acrescentar que esta cruz já se transformou em moda para muitos bispos e seu preço, nas lojas de Roma, subiu às alturas...

                Enfim, sob qualquer aspecto, favorável ou contraditório, a cruz de Jesus é sinal de sua vitória sobre o pecado e a morte, porque por ela o Cristo redimiu o gênero humano do pecado e da morte. Será sempre para nós sinal de glória e vitória.

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