Já o velho Simeão, na versão lucana da apresentação do Menino Jesus no
templo de Jerusalém, havia predito à sua Mãe, a Virgem Maria: “Eis que este
menino será posto como causa de queda e de soerguimento para muitos em Israel e
será sinal de contradição (Lc 2, 34).
São Paulo ensina
que a cruz de Cristo é um absurdo para os gregos, para a filosofia e a cultura
helênica, e para os judeus, um escândalo.
Para nós, para quem o mistério da cruz significa ressurreição e vida,
ela é sinal de glória e vitória. Diz ainda o apóstolo dos gentios: “A linguagem
da cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para
nós. é força divina” (1 Cor 11,18).
Constantino Magno,
o primeiro imperador romano cristão, numa batalha, viu uma cruz no céu com a
inscrição: “In hoc signo vinces” – Neste
sinal, vencerás. E realmente, ele venceu a batalha e, depois, transformou o
cristianismo, de perseguido, em religião oficial do Império. Juliano, um
de seus sucessores, foi batizado e depois rejeitou a fé cristã e passou à
História com o título de “Juliano, o apóstata”. Pretendia fazer retornar o
culto aos deuses do paganismo como religião oficial do Império. Ferido de morte
numa batalha, sentindo aproximar-se seu fim, teria bradado contra Jesus,
conforme uma tradição: “Venceste, Galileu!” que era como ele chamava Jesus de
Nazaré.
Nas igrejas católicas, a liturgia prescreve a
obrigatória colocação da Santa Cruz no lugar de destaque mais digno possível,
presidindo todo o culto litúrgico. Na Sexta-feira Santa, há um rito especial,
denominado “adoração da cruz”, que é uma veneração particular do símbolo
sagrado da morte de Jesus, e que se realiza às três horas da tarde.
A imagem da cruz de Jesus, símbolo maior de nossa
fé cristã, ao longo da história dos países católicos, como o nosso, tem sido
colocada nos parlamentos, nos tribunais,
nas coroas dos reis e em lugares oficiais.
Até há pouco
tempo, usar uma cruz dourada, pendente ao pescoço, era distintivo do bispo, que a usava com a batina “filetada” como
se chama a batina de frisos roxos. Hoje, as cruzes raramente são douradas e
muitos as usam, inclusive os jovens. Muitas Congregações femininas têm a cruz
no peito como elemento principal de seu hábito – ou a usam sem o hábito, mas
sempre como distintivo de sua consagração religiosa.
O Papa Francisco,
sempre inovando, usa uma cruz, não de Jesus crucificado, mas do Bom Pastor, de
braços cruzados no peito, cercado das ovelhas, que o seguem e, no alto, evidentemente sem o
decreto de Pilatos da condenação de Jesus, mas sim a figura de uma pomba, que
representa o Espírito Santo. Não precisa acrescentar que esta cruz já se
transformou em moda para muitos bispos e seu preço, nas lojas de Roma, subiu às
alturas...
Enfim, sob
qualquer aspecto, favorável ou contraditório, a cruz de Jesus é sinal de sua
vitória sobre o pecado e a morte, porque por ela o Cristo redimiu o gênero
humano do pecado e da morte. Será sempre para nós sinal de glória e vitória.
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