quarta-feira, 13 de maio de 2015

A ÁFRICA DE BAKHITA

“Ah! Se um dia eu me encontrasse com meus escravizadores, me ajoelharia diante deles e lhes beijaria os pés, porque foi por causa deles que eu conheci Jesus” – disse certa vez S. Josefina Bakhita.
                A história de sua vida é um poema de amor a Jesus Cristo e hoje se torna de  atualidade  gritante a ponto que o  dia de sua festa, 8 de fevereiro, foi declarado com entusiasmo pelo Papa  Francisco “Dia mundial de oração e reflexão, sobre o tráfico de seres humanos e as novas formas de escravidão e exploração das pessoas”.
             “Bakhita” significa “afortunada”, “sortuda”, e foi o nome que lhe deram seus raptores, quando a venderam, no mercado negro de El Obeid, ao cônsul italiano no Sudão, Calixto Legnani, que logo a libertou e admitiu como empregada da família. Chamado de volta à Itália, Bachita livremente o acompanhou. Aí, pouco depois, entrou no convento das Filhas da Caridade de S. Madalena de Canossa, conhecidas como Canossianas.  A 9 de janeiro de 1890, foi batizada com o nome de Josefina e a 8 de dezembro de 1896, recebeu o hábito de Canossiana. No convento, distinguiu-se por sua piedade e na ajuda  aos pobres e necessitados, sendo conhecida pelo povo como a Madre Moretta. Foi cozinheira, porteira e superiora da comunidade, o que mostra sua inteligência e capacidade, na variedade dos trabalhos  de uma comunidade religiosa. Faleceu em Schio em 1947, com 78 anos. Foi beatificada em 1992, e tive a felicidade de participar da Santa Missa de sua canonização, pelo papa S. João Paulo II, em Roma, no ano 2000.
Novas formas  de escravidão e de tráfico humano são as de hoje, bem diferentes das do tempo de S. Backhita e da nossa Lei Áurea, que vamos comemorar no próximo 13 de maio. A ONU fala que cerca de 22 milhões de novos escravos são levados cada ano de um país para outro para exploração trabalhista e sexual, venda de órgãos, matrimônios forçados ou adoções ilegais. Calcula-se que, só na Itália, são escravizados anualmente cerca de 50 a 70 mil mulheres e menores, para sexo  de milhões de clientes, que depois os abandonam nas ruas como lixo.              
Esses dados estatísticos são da Irmã Eugenia Bonetti, presidente da Associação internacional  “Slaves no more” ( Não mais escravos) em artigo recente de L´Osservatore Romano.

É que a África de Backita se estendeu pelo mundo todo...

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