quarta-feira, 8 de junho de 2016

Solução parlamentarista

          Já o Beato Paulo VI, o sofrido Papa da rejeitada (pelos avançadinhos) encíclica Humanae Vitae,  afirmara que “a política é a mais alta forma de caridade cristã”. Na verdade, o cristão entende a política como um serviço à pátria e aos seus conterrâneos. Todo verdadeiro cristão deve entender a política como um dever para com seus irmãos, nascidos no mesmo solo pátrio.
Vejam o caso brasileiro: De 1822 a 1889, o Brasil  foi governado pelos seus dois imperadores com o regime parlamentarista. Com a República, veio a mania de imitar os  Estados Unidos e daí,  a implantação do regime presidencialista, até então desconhecido em nossa política. A imitação era  tão grande na época, que lembro bem das velhas cédulas de mil reis, em que se lia: “República dos Estados Unidos do Brasil”.  Hoje, depois de passar por várias denominações,  felizmente dizemos: “República Federativa  do Brasil”, que exprime bem que somos uma república de Estados Federados. Ainda hoje perdura essa mania, na expressão “impeachment”, que é exatamente o nosso “impedimento”,  palavra que ficou relegada ao futebol, para designar a posição ilegal do atacante.  
                Na República, tivemos efêmero período parlamentarista, quando da imprevista renúncia de  Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961 e rejeição dos militares em aceitar como Presidente João Goulart, eleito por outro partido, coisa possível na época, e de clara tendência comunista. Na hora, ele estava em visita oficial à  China comunista. Os militares só permitiram sua posse com  regime parlamentarista. Foi assim instalado passageiro regime com o governo de um Primeiro Ministro. Figuras notáveis passaram rapidamente pelo governo da República como Primeiro Ministro, tais como Tancredo Neves  e outros.. Logo, Goulart recobrou com um plebiscito seus plenos poderes presidenciais e o Brasil voltou ao regime presidencialista até hoje. 
                O regime parlamentarista caracteriza-se por sua flexibilidade e possibilidade de troca de governante, sem traumas nem atropelos. Como todos sabem, quando o chefe do governo, o Primeiro Ministro, parece que não atende aos reais interesses do país, é solicitado  um voto de confiança do Parlamento. Se o Parlamento negar tal voto,  o Presidente vai escolher  outro Primeiro Ministro para apresentá-lo ao Parlamento, que poderá ou não, dar-lhe o tal voto de confiança. Nesse ínterim, é bom notar, cada ministério é governado pelo Secretário  Geral, que na verdade é um técnico de alto nível, na educação, nas finanças, no comércio, na diplomacia, e não um politico.
                O Presidente da República ou a Rainha (como na Inglaterra) incarna a unidade nacional, acima dos partidos e das lutas partidárias. Ele escolhe o Primeiro Ministro, que vai realmente governar a Nação, por sua competência pessoal e não tanto por conchavos políticos.

                Afinal, o parlamentarismo é a solução? Parece que sim...

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