Sem dúvida, o maior dos Sacramentos é a Eucaristia.
Ela é a forma divina que Jesus encontrou para atender ao pedido que lhe fizeram
os dois discípulos de Emaús: “Fica conosco, Senhor!” Ele já havia dito aos seus
seguidores: “Trabalhai pelo alimento que o Filho do Homem vos dará porque Deus,
o Pai, o marcou com um selo. É meu Pai quem
vos dará o verdadeiro pão do céu, porque o pão de Deus é o pão que desce do céu
e dá vida ao mundo. Eu sou o pão da vida.
Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão terá a vida
eterna.” E finalmente, mais incisivo ainda: ”O pão que eu darei é minha carne
para a vida do mundo”. Leia isso, que Jesus disse em Cafarnaum, no evangelho de
São João, capítulo 6º, do versículo 27 ao 51.
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os
até o último extremo do amor”, diz João, o discípulo amado. Aconteceu isso na
noite da traição, antes da agonia no horto, antes de sua prisão, de sua paixão
dolorosa e de sua morte ignominiosa. Foi na última Ceia pascal que o Senhor
Jesus celebrou com seus apóstolos, após ter lavado os pés de seus discípulos,
tomou o pão, elevou os olhos ao céu e disse as solenes palavras, cumprimento do
que prometera em Cafarnaum: TOMAI E COMEI, ISTO É O MEU CORPO. (Veja os evangelhos
de Marcos, 14, 22, Mateus, 26, 26 e segs e Lucas 22,19 e 20, e ainda São Paulo
na 1ª Carta aos Coríntios, 11, 23 a 27).
A Eucaristia é o grande mistério de nossa fé. É S.
Tomás de Aquino, eminente teólogo, que nos ensina num hino eucarístico: “Na
cruz estava escondida só a divindade. Aqui está escondida também a humanidade.
Creio em ambas e confesso a minha fé.”
Mistério de fé, de pura fé, é também mistério de
amor. De sumo e infinito amor. Já o discípulo amado, João, o apóstolo predileto
de Jesus, como vimos acima, fala da Eucaristia como o extremo gesto de amor de Jesus
por nós, no momento em que o ódio contra
Ele mais se acirra e chega ao paroxismo da traição.
Meu amigo leitor, para comungar, para receber o Corpo
do Senhor na Eucaristia, você precisa ter fé na presença real de Jesus na
hóstia consagrada. Além disso, é preciso estar com a consciência tranquila,
isto é, que sua consciência não o acuse de nenhuma falta grave. Se isso não
acontece ou se faz mais de um ano que você se confessou, então você precisa
antes de comungar receber o perdão de Deus, mediante a confissão individual,
isto é, recebendo o sacramento da Penitência que o reconcilia com o Pai. Mas não vá entender, amigo leitor, que cada
vez que você vai comungar, precisa confessar-se como alguns pensam. Não,
repito: Você só precisa confessar-se se tiver pecado grava na consciência ou se
faz mais de um ano que se confessou.
Lembro aqui uma coisa: todo católico, depois de
feita a Primeira Comunhão, deve receber a Sagrada Eucaristia ao menos uma vez
cada ano, no tempo pascal, ou por justa causa, em qualquer outro tempo do ano.
É prescrição do cânon 920 do Código de Direito Canônico.
Ainda uma palavra final: Os cristãos que vivem
maritalmente, sem terem recebido o sacramento do matrimônio, infelizmente não
podem receber a Eucaristia. Ensina S. João Paulo II : “Seu estado de vida
contradiz objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a igreja,
significada e atuada exatamente na Eucaristia.” Esses cristãos que vivem essa
situação irregular e desejam de coração receber Jesus na Eucaristia, devem
fazer a comunhão espiritual, que é o desejo sincero e ardente de receber o
Corpo de Cristo. Esse desejo expresso numa oração íntima e pessoal lhes dará
graças abundantes. É o que fazem os cristãos da Pastoral da Segunda União,
criada em Maceió por Frei Paulo Amâncio de Freitas, capuchinho, e que tem dado
tantos frutos espirituais.
O maior sacramento é o sacramento do amor de Jesus,
que se faz pão para nosso alimento espiritual.
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