“Deve haver relação respeitosa com a vida, o meio ambiente e
a cultura dos povos nativos. Esse é, precisamente, um dos maiores desafios em
todas as partes da terra, até porque a degradação do ambiente é sempre
acompanhada pelas injustiças sociais. O desafio global pela preservação, pelo
qual passa hoje toda a humanidade, exige o envolvimento de cada pessoa com a
comunidade. Os povos originários de cada bioma, ou que tradicionalmente neles
vivem, oferecem exemplo claro de como a convivência com a criação é possível e
deve ser respeitosa” - afirmou Papa
Francisco em sua mensagem à Igreja do Brasil, por ocasião da abertura da
Campanha da Fraternidade no início desta Quaresma.
O tema da
Campanha foi assim apresentado pela Conferência dos bispos do Brasil:
“Fraternidade, biomas brasileiros e defesa da vida”, com o lema: “Cultivar e
guardar a criação.” Este tema foi surpreendentemente tratado, com extensão e
profundidade, já na encíclica papal “Laudato sì”, de 24 de maio de 2015, com
abundantes referências aos ensinamentos do Papa S. João Paulo II e do
episcopado mundial.
São seis os
biomas brasileiros, cada vez mais destruídos pela ação predatória do homem: a
mata atlântica, em todo o litoral, a caatinga no interior do Nordeste, o
cerrado no centro do país, onde está Brasília, o pampa no Sul, o pantanal na
região do Mato Grosso e a mata amazônica sobretudo no Amazonas e Pará. É a
urbanização e a expansão das atividades agropecuárias, que têm provocado esse
impacto destruidor sobre os biomas brasileiros, cada vez mais expressivo,
iniciado com a colonização.
“Cada
cristão – é sugestão do Cardeal de Brasília e presidente da CNNB, Dom Sérgio da
Rocha - pode viver essa Campanha da Fraternidade com simplicidade, em seu
ambiente familiar, mediante ações de preservação ambiental como, por
exemplo, o cuidado com a água, seja a de
beber, seja a de uso doméstico, o cuidado com o lixo doméstico, a preservação
de seu quintal e seu jardim” – já raros nesses tempos de edifícios de
apartamentos...
Já os dois
apóstolos populares do Nordeste, Pe. Cícero Romão Batista e Pe. Ibiapina davam
conselhos preciosos de preservação ambiental ao povo nordestino. Dizia o nosso querido Pe.
Cícero do Juazeiro, entre outros conselhos: ”Não derrube o mato, nem mesmo um
só pé de pau; não plante em serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em
pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não o arraste e não se
perca sua riqueza; plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de
sabiá ou outra planta qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só; aprenda
a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema;
elas podem ajudar a conviver com a seca.”
Sábios
conselhos da experiência pastoral com o nosso povo nordestino...
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