É esse o título do recente livro de Peter Seewald, contendo a
entrevista, que ele chama de última, com a maior figura da Igreja neste século,
o Papa emérito Bento XVI.
A capa, com
a imagem serena do Papa santo e sábio,
reproduz as palavras do Papa Francisco sobre ele: “Antes de ser grandíssimo
teólogo e mestre da fé, Bento XVI é um homem que realmente crê e reza; um homem
que personifica a santidade: um homem de paz, um homem de Deus.” Disse ainda o
papa atual, citado por Seewald: “ Bento XVI é grande pela força e perspicácia
de sua inteligência, grande por sua relevante contribuição para a teologia,
grande por seu amor à Igreja e às pessoas, grande por suas virtudes e sua
religiosidade. Seu espírito se manifestará de geração em geração, cada vez
maior e mais poderoso.”
Diz ainda o autor citado: “A obra do
Papa Bento em três volumes sobre Jesus Cristo torna seu pontificado único.
Bento XVI criou com isso parâmetros, um vade
mecum imprescindível para a teologia,
a catequese e a formação sacerdotal futuras. Em poucas palavras, o fundamento
da doutrina da fé para o terceiro milênio. Não sobre a cátedra universitária,
mas sobre a cátedra de Pedro, ela pode fechar este círculo. E nenhum outro
tinha a mesma formação, biografia, força e inspiração para purificar com
escrúpulo científico e realismo místico a imagem de Jesus, desfigurada até o
ponto de tornar-se irreconhecível, e
assim torná-la outra vez acessível à humanidade.”
Assim
explica Sewald a finalidade de seu livro: “Que este livro seja uma pequena
contribuição para corrigir imagens falsas, trazer luz à escuridão,
especialmente as circunstâncias de sua renúncia, que deixou o mundo
desconcertado. O objetivo é compreender
melhor o homem Joseph Ratzinger e o pastor Bento XVI, conhecer sua santidade e,
acima de tudo, manter aberto o acesso à sua obra, que guarda um tesouro para
o futuro.”
Sobre sua renúncia, explica o Papa
Bento nesta entrevista: “Cheguei à decisão no verão de 2012 (na Europa
agosto-outubro). Aquela viagem ao México e a Cube havia exigido muito de mim e
o médico me proibira de atravessar outra vez o Atlântico. A Jornada Mundial da
Juventude devia acontecer no Rio de Janeiro em 2013, e assim ficou claro para
mim que deveria renunciar, a tempo de o novo Papa se preparar para o Rio.”
Sobre seu sucessor, diz o Papa Bento: “É
alguém que fica muito perto das pessoas. Talvez eu não tenha estado bastante
entre as pessoas. Depois reconheço a coragem com que ele aborda os problemas e
busca as soluções.”
Com extraordinária humildade e santa
concepção de si próprio, declara o Papa emérito sobre seus pontos fracos:
“Talvez a falta de talento para uma condução de governo clara e objetiva para
as decisões que surgem delas. Neste sentido, sou mais professor, alguém que
reflete e se preocupa com as questões intelectuais. O governo prático não é
para mim. Prestei meus serviços durante oito anos. Foi muito difícil aquela
época, mas em geral também foi um tempo, no qual muitas pessoas reencontraram a
fé e houve também um movimento positivo.”
É assim o grande e humilde Papa, que
iluminou com sua fé e sua sabedoria
teológica este nosso conturbado século 21.
Nenhum comentário:
Postar um comentário