Haverá santos entre os políticos? Felizmente podemos já citar alguns.
Começo pelo famoso
prefeito de Florença, Jorge La Pira, duas vezes eleito para o cargo no agitado
pós-guerra italiano, de 1951 a 1957 e de 1961 a 1965. Cognominado “o prefeito
santo”, já tem em seu processo de
beatificação o título de Servo de Deus.
Outro político cristão
notável da Itália é Igino Giordano (1894-1980). Foi bibliotecário da Biblioteca
Vaticana e, com Chiara Lubich, foi fundador do Movimento dos Focolares, onde
viveu a política de comunhão. Ativo na vida pública italiana, após a segunda guerra
mundial, participou como deputado da Assembleia Constituinte, que deu forma à
república italiana. Definia a política como “a caridade em ato”. Tinha no
Movimento o nome de Foco. Faleceu em Rocca di Papa na casa dos focolarinos.
Também está em curso seu processo de beatificação e canonização.
Não propriamente político,
mas príncipe da casa real da Polônia, Augusto Czartoryski nasceu em 1858 em
Paris, onde sua família, herdeira do trono polonês, se exilara. Foi seu
preceptor o frade carmelita José Kalinowski, canonizado por S. João Paulo II em
1991. O acontecimento que marcou o rumo de sua vida foi o encontro com Dom
Bosco em sua residência em Paris, o Palácio Lambert. Daí nasceu para o príncipe
Augusto a plena convicção de que não só era chamado ao sacerdócio, mas que
devia sê-lo como salesiano. Dom Bosco relutou quanto pôde em receber um
príncipe em sua pobre Congregação, destinada à educação de meninos pobres. Foi
uma ordem do Papa Leão XIII que o obrigou a aceitá-lo na humilde Sociedade de
S. Francisco de Sales. Recebeu a batina
das mãos de Dom Bosco em 1887 na Basílica de Maria Auxiliadora em Turim,
com os colegas de sua turma. Logo se revelou a doença fatal que o levaria à
tumba: tuberculose pulmonar. Neste tempo, teve como acompanhante o Servo de
Deus, Pe. André Beltrami, o salesiano especial, de quem escrevi no “O Semeador”
de 19 de março último. Preparado pelo sofrimento, o príncipe Augusto foi
ordenado presbítero em 2 de abril de 1892 e teve brevíssima vida sacerdotal. Partiu
para a pátria celeste em 8 de abril de 1893. São João Paulo II, seu
conterrâneo, no entardecer de seu pontificado, declarou-o Beato em solene
cerimônia, na Praça de São Pedro em Roma, em 24 de abril de 2004.
Termino, lembrando
que já o Beato Paulo VI proclamara que a
política é a mais alta forma do exercício da caridade, porque é um serviço prestado a um povo, que delegou a alguém poderes especiais na busca do bem
comum. O mesmo também ensinou S. João Paulo II em suas viagens ao redor do
mundo, lembrando aos homens do poder que eles estavam ali a serviço do povo, para o bem da comunidade
humana, e não para seus interesses pessoais.
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