segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A familia santificadora

Encerrado o Sínodo dos Bispos sobre a Família  no domingo 25 do mês passado, enquanto esperamos a palavra do Papa sobre as “propositiones”, aprovadas pelos Padres Sinodais, o tema “família”  está no centro das  preocupações da Igreja no momento atual. Por isso,  volto a tratá-lo aqui, agora  sob o prisma da Família-Igreja doméstica, santificadora.               
                Entre os deveres dessa Igreja  doméstica,  assume particular relevância o da educação na fé dos filhos. Tal dever é assumido formalmente no ato do Batismo. Aliás, esse compromisso os pais o assumem como condição necessária para a admissão da criança ao batismo na idade infantil, sem a qual ela não poderia sequer ser batizada. É nos joelhos da mãe, sempre se disse,  que a criança aprende a amar a Deus. Os pais cristãos  devem  bem cedo dar aos filhos, juntamente com o exemplo da prática da fé, os primeiros rudimentos da doutrina cristã,  com um conhecimento singelo de Deus, de Jesus e da Virgem  Maria. Na idade oportuna, os pais devem preocupar-se de levar os filhos ao catecismo e acompanhá-los na preparação aos sacramentos  da Reconciliação e  da Eucaristia.
                O exemplo dos pais é  decisivo na preservação dos valores morais da família. Vou tentar citar alguns, que me parecem mais urgentes no mundo de hoje, na sociedade atual.
                São eles:
                - a fidelidade mútua dos esposos; é o exemplo mais lúcido, o apelo mais forte para a unidade e a harmonia do lar, junto com  o carinho e a delicadeza no trato dos esposos entre si –  fator de serenidade e educação, movida pela razão e pela compreensão;
                - o apreço pela virgindade, condição para reta formação dos filhos, sobretudo das jovens, inspirada nos ideais cristãos da pureza e da valorização da mulher,   pessoa humana, sujeito de direitos e deveres;
                - apreciação crítica, à luz da fé, dos  espetáculos televisivos e dos acontecimentos do dia-a-dia, divulgados pelos meios de comunicação, hoje principalmente pelas redes sociais e comentados pelos filhos;
                - sadio e equilibrado relacionamento entre os  jovens dos dois sexos, evitando de um lado excessiva liberdade e promiscuidade e de outro, mentalidade doentia e desequilibrada, contrária à própria natureza, que nos fez homens e mulheres, para conviverem harmonicamente;
                - o culto da verdade e da sinceridade, a honestidade nos negócios, que sejam de modelo  e padrão na formação da consciência dos filhos.
                Além desses exemplos vivos dos pais, gostaria de acrescentar aqui a formação dada pelos pais sobre o valor e a importância da reta escolha do companheiro ou  companheira para toda a vida, não por razões econômicas ou de prestígio social – tão enganadoras – junto com a serenidade do namoro e do noivado,  etapas de preparação para um matrimônio estável e feliz.
Namoro e noivado devem  ser entendidos como uma serena e suficientemente longa e profícua aprendizagem de uma vida-a-dois. A grande pergunta que cada um dos namorados deve fazer a si próprio é esta: “Dá para eu viver a vida toda com essa pessoa, com seus defeitos, falhas e limitações, somadas às minhas?” Não há namorado perfeito, como  não existe ser humano perfeito. Mas é bom atentar que os defeitos leves no namoro às vezes tornam-se insuportáveis no casamento.
Mais uma palavra  ainda  quero deixar e é sobre a aventura sexual pré-matrimonial com gravidez. Nesse caso, a moça sempre fica na pior situação. E os pais insistem em realizar, a toda pressa, um casamento de emergência, sem futuro, sem amadurecimento no amor, só para salvar as malditas aparências sociais. É mil vezes preferível que a moça permaneça na casa dos pais, mesmo grávida, e se prepare devidamente para uma escolha livre, tranquila e consciente do companheiro de toda a sua vida.

Que as verdadeiras mães cristãs, no exemplo das santas mães de São Luiz de França e de São João Bosco, Branca de Castela e Margarida Occhiena,  velem atentamente pela expressão da vida religiosa de seus filhos, na convicção cristã e na prática  de uma autêntica vivência cristã dos valores da fé.

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