Encerrado o Sínodo dos Bispos sobre a Família no domingo 25 do mês passado, enquanto
esperamos a palavra do Papa sobre as “propositiones”, aprovadas pelos Padres
Sinodais, o tema “família” está no centro
das preocupações da Igreja no momento
atual. Por isso, volto a tratá-lo aqui,
agora sob o prisma da Família-Igreja
doméstica, santificadora.
Entre os deveres
dessa Igreja doméstica, assume particular relevância o da educação na
fé dos filhos. Tal dever é assumido formalmente no ato do Batismo. Aliás, esse
compromisso os pais o assumem como condição necessária para a admissão da
criança ao batismo na idade infantil, sem a qual ela não poderia sequer ser
batizada. É nos joelhos da mãe, sempre se disse, que a criança aprende a amar a Deus. Os pais
cristãos devem bem cedo dar aos filhos, juntamente com o
exemplo da prática da fé, os primeiros rudimentos da doutrina cristã, com um conhecimento singelo de Deus, de Jesus
e da Virgem Maria. Na idade oportuna, os
pais devem preocupar-se de levar os filhos ao catecismo e acompanhá-los na
preparação aos sacramentos da
Reconciliação e da Eucaristia.
O exemplo dos
pais é decisivo na preservação dos
valores morais da família. Vou tentar citar alguns, que me parecem mais
urgentes no mundo de hoje, na sociedade atual.
São eles:
- a fidelidade
mútua dos esposos; é o exemplo mais lúcido, o apelo mais forte para a unidade e
a harmonia do lar, junto com o carinho e
a delicadeza no trato dos esposos entre si –
fator de serenidade e educação, movida pela razão e pela compreensão;
- o apreço pela
virgindade, condição para reta formação dos filhos, sobretudo das jovens,
inspirada nos ideais cristãos da pureza e da valorização da mulher, pessoa humana, sujeito de direitos e
deveres;
- apreciação
crítica, à luz da fé, dos espetáculos
televisivos e dos acontecimentos do dia-a-dia, divulgados pelos meios de
comunicação, hoje principalmente pelas redes sociais e comentados pelos filhos;
- sadio e
equilibrado relacionamento entre os
jovens dos dois sexos, evitando de um lado excessiva liberdade e
promiscuidade e de outro, mentalidade doentia e desequilibrada, contrária à
própria natureza, que nos fez homens e mulheres, para conviverem
harmonicamente;
- o culto da
verdade e da sinceridade, a honestidade nos negócios, que sejam de modelo e padrão na formação da consciência dos
filhos.
Além desses
exemplos vivos dos pais, gostaria de acrescentar aqui a formação dada pelos
pais sobre o valor e a importância da reta escolha do companheiro ou companheira para toda a vida, não por razões
econômicas ou de prestígio social – tão enganadoras – junto com a serenidade do
namoro e do noivado, etapas de
preparação para um matrimônio estável e feliz.
Namoro e noivado devem ser entendidos como uma serena e suficientemente
longa e profícua aprendizagem de uma vida-a-dois. A grande pergunta que cada um
dos namorados deve fazer a si próprio é esta: “Dá para eu viver a vida toda com
essa pessoa, com seus defeitos, falhas e limitações, somadas às minhas?” Não há
namorado perfeito, como não existe ser
humano perfeito. Mas é bom atentar que os defeitos leves no namoro às vezes
tornam-se insuportáveis no casamento.
Mais uma palavra ainda quero
deixar e é sobre a aventura sexual pré-matrimonial com gravidez. Nesse caso, a
moça sempre fica na pior situação. E os pais insistem em realizar, a toda pressa,
um casamento de emergência, sem futuro, sem amadurecimento no amor, só para
salvar as malditas aparências sociais. É mil vezes preferível que a moça
permaneça na casa dos pais, mesmo grávida, e se prepare devidamente para uma
escolha livre, tranquila e consciente do companheiro de toda a sua vida.
Que as verdadeiras mães cristãs, no exemplo das
santas mães de São Luiz de França e de São João Bosco, Branca de Castela e
Margarida Occhiena, velem atentamente
pela expressão da vida religiosa de seus filhos, na convicção cristã e na
prática de uma autêntica vivência cristã
dos valores da fé.
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